quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mundo sem alma


Tudo pode ser invertido
Neste mundo virtual
E até já foi assumido
Será esse o mundo real

Que o real é consumido
A uma velocidade tal
Em breve o destino fatal
Deixará este desprevenido

Futuro mundo será binário
Constituído por memórias
Que não serão d’encantar

E quem disser o contrário
Anda a ler outras estórias
Nesta a alma não terá lugar.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

E agora ?


O Seguro demonstrou
E o Coelho não aceitou
Pobre povo amochou
Estado social tudo levou

Muito afilhado se safou
Agora a nau afundou
Para o peditório eu dou
O monstro já m’enrolou

Tudo o que havia gastou
À troika nos amarrou
Democracia já secou

A ditadura regressou
Economia assim ditou
E agora pr’a onde vou?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Licor Europa


Vem aí uma outra Europa
Que será mais pequenina
Mas Portugal não se poupa
E é já grande a adrenalina

Por ao clube poder pertencer
E para que nada possa falhar
Na  hora disso acontecer
Há uma comissão a trabalhar

Que um estudo vai produzir
Não interessa a conclusão
Pois soubemos de antemão

Angela e Nicolas estão a sorrir
Com a garrafa de licor na mão
O que nos facilitará a adesão.

domingo, 27 de novembro de 2011

Outro Natal


O Natal este ano vai ser
Vivido em austeridade
Se não temos pr’a oferecer
Ofereçamos a amizade

Será um Natal doravante
Que não deve causar mal
Pode até ser gratificante
Deixa de existir Pai Natal

Passa a haver um menino
Deitado numa manjedoura
Nascido na gruta em Belém

José, Maria e o pequenino
Serão a imagem duradoura
Desta austeridade também.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

E agora Portugal?


E depois da Greve Geral
Que vais fazer Portugal?...
Foi publicado em edital
A sua execução fiscal

À beira mar plantado
Com um sol de encantar
Campos de golfe e montado
Estádios novos, a estrear

Pl’a maior oferta apresentada
Acima de cem mil milhões
E oferecemos por atacado

Equipa de gestão integrada
Uma estátua do Camões
E um povo desenrascado.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Hipotecados


Fama que vem de longe
Chegou-nos do Canadá
Prega bem, não é monge
Eu digo e assim se fará

Está igual tod’a Europa
Quem os manda globalizar
A China de vento em popa
Que bem soube aproveitar

São comunistas capitalistas
Bem souberam capitalizar
A ganância e curtas vistas

De quem tudo queria ganhar
A Europa terra de saudosistas
Soube o nosso futuro hipotecar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Explicação


O nosso ministro Gaspar
Vem ao parlamento explicar
Com calma e detalhadamente
Como andam a lixar a gente

Isto não é para continuar?
Mas deixem-nos duvidar
Da vossa capacidade latente
Porque o erro é recorrente

São mestres na arte de gastar
E de ao povo vir cobrar
Com uma explicação premente

Mas nunca os vi poupar
Nem de vida tentar mudar
Só mudam a vida da gente.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Reflectidos


O espelho apenas reflecte
Não erra porque não pensa
Assim não se compromete
Nem espera recompensa

Há espelhos inteligentes
Querem ser recompensados
Por serem espelhos diferentes
Reflectem só os iluminados

Eram os espelhos reais
Que reflectiam Sua Alteza
Nos tempos da monarquia

Agora há espelhos demais
E pr’a justificar a despesa
Reflectem toda a hierarquia.

sábado, 19 de novembro de 2011

Tachistas


Volta a acesa discussão
Dos políticos da nação
São as papas pr’a bebés
Mas será que tu não vês

Que nos governam c’os pés
Por mais votos que lhes dês
Não sobe a consideração
Somos a carne pr’a canhão

Torna-te num emigrado
Com o patrocínio oficial
Sabes o que é qu’eu acho

Que o secretário de estado
Não deve ser levado a mal
Por querer manter o tacho.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Formatação III


A formatação derradeira
A que brota da vivência
Surgirá uma vez primeira
Como te dita a consciência

Não precisas de interrogar
Deixa espaço ao coração
Depois da consciência ditar
Não cales, passa à acção

Com uma pitada de sal
E os raios de sol a brotar
Nestas acções conscientes

Nunca penses apelar ao mal
Para o vírus latente eliminar
E terás o lugar dos diferentes.

“Poeta ?....... Interroguei-me sempre, Mas no momento certo Não fiz um gesto Não disse uma palavra, Tomei o lugar dos indiferentes... Fui igual a eles!” M.L.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Crise dourada


Afinal é inadequado
Fim da crise apregoar
Vão apregoar no mercado
“Vivinha da costa a saltar”

Essa crise é pr’a esquecer
Assim como o colesterol
Agora temos que padecer
Pr’a depois gozar o sol

Mas já por aí apregoam
Fim da Europa é a implosão
Mas com tanto apregoar

Temo que as vozes lhes doam
Devemos é criar novo pregão
“Crise dourada, venham comprar”.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O lápis será azul ?


O estudo foi realizado
E tudo a bem da nação
Foi agora confirmado
Será filtrada a informação

E assim os consumidores
Serão muito beneficiados
Pois poupados a dissabores
Não mais andarão chateados

Será feliz assim este povo
Detalhes não precisa saber
Deixará isso à governação

Dedicar-se-á à produção
A elite dedica-se a aprender
Tudo isto a bem da nação.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Roubalheira


Continua a decorrer
O julgamento à maneira
Robalos havia pr’oferecer
A retribuição foi alheira

Os presentes gastronómicos
Não justificam o aparato
Evitavam gastos astronómicos
Ao fazer julgamento no prato

Assim vai esta pobre nação
Tem riqueza pr’a oferecer
A quem ocupa a cadeira

E para entreter este povão
Estórias d’escárnio e maldizer
Onde incluem a roubalheira.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Alvarinho


Álvaro, o visionário
Antevê o fim da crise
Terminará o calvário
Se não houver deslize

Dois mil e doze é penar
Para expiar o passado
A seguir vai começar
Nosso futuro dourado

Entretanto para esquecer
As dificuldades deste ano
Vamos beber um tintinho

Depois é sempre a crescer
Isto se não houver engano
Ou bebe-se um alvarinho.

domingo, 13 de novembro de 2011

Dia da erradicação da pobreza


Dia da erradicação da pobreza
IVA a vinte e três por cento
Neste orçamento de magreza
Nem força teremos p´ro lamento

O vinho paga menos que leite
Legumes e fruta sobem logo dez
Subida meteórica tem o azeite
Não vale refilar levas c’os pés

O remédio terás que encontrá-lo
Fazendo das tripas teu coração
Bebe todos os tragos p’lo gargalo

Talvez acordes rico pois então
Após caíres bêbado com’um cacho
Farás assim parte da erradicação.

sábado, 12 de novembro de 2011

Estatisticamente


Está posta em equação
São imensas as variáveis
Pr’ás coisas a evolução
Dá respostas infindáveis

E se a isto adicionarmos
Uma pitada de incerteza
Melhor é nem pensarmos
Mas não antevejo beleza

E já esquecia a estatística
Que aqui nos pode ajudar
Vendo a  amostra dos dados

Aplicando leis da balística
Muitos não se irão safar
Pois ficarão esburacados.

Salvem os ricos


Salvem os ricos
E os pobres também
Remediados e góticos
Drag queen e a mãe

Salvem homo e hetero
Terceiro género também
E poupem o adúltero
Mais não interessa quem

Moedinhas e sem abrigo
Também são cá da vila
Proxeneta é bem antigo

Prostituta não tem data
Não excomunguem à má fila
Em Itália já foi candidata.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011


Há nos confins da Ibéria
Um povo desgovernado
A situação é muito séria
E por tudo culpa o estado

E o estado culpa o povo
Pela fraca produtividade
Às vezes até me comovo
Com a falta de sanidade

Pl’o meio há espertalhões
Não são carne nem peixe
Vão vivendo em beleza

Promovem umas agitações
E enquanto a gente deixe
Vão sugando toda a riqueza.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Puzzle europeu


A nova Europa no papel
Não é a que eu conheci
Planeada pl’a Sra.Merkel
Com o ámen do Sr.Sarkozy

Os gregos foram apeados
Italianos estão bem lixados
Os tugas andam marados
E os espanhóis bem calados

Europa está sem futuro
Sem o propósito solidário
Sem crescimento da economia

Teremos um fim prematuro
E o velho modelo autoritário
Em breve retomará a primazia.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ilusão


Metade da verdade é mentira
Metade da mentira é verdade
Posto isto já sabes, desconfia
Se existe só uma possibilidade

Procura antes a meio caminho
Mistura tudo em partes iguais
Coloca depois num frasquinho
Que não abrirás nunca mais

Assim não mais irás ouvir
Essas verdades enganadoras
Nem essas mentiras sedutoras

Ambas fabricadas pr’a te atrair
A um mundo perfeito de ilusão
Onde te oferecem a escravidão.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Abstenção violenta


A economia a arrefecer
Neste contexto global
Nós por cá a empobrecer
Triste sina a de Portugal

Mas a abstenção violenta
Descoberta pela oposição
É uma forma bem atenta
De inverter a situação

A violência fará aquecer
Por certo esta economia
Portugal ver-se-á arrastado

Irá a pobreza reverter
Em riqueza no novo dia
Deste país violentado.

domingo, 6 de novembro de 2011

Sentados


Dom Sebastião era chinês
Regressado em boa hora
Sempre mama quem chora
É bem verdade como vês

Ele regressou para mamar
À nossa terra desgovernada
Pois ninguém oferece nada
E nós é que vamos chorar

Quem espera sempre alcança
Nós esperamos sentados
E é com esta perseverança

Pois já tentámos deitados
E era muita a desconfiança
Nessa posição acomodados.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Reprogramados


O verdadeiro hino ao amor
Vai encher o mundo inteiro
Não importará quanta dor
Importa o amor verdadeiro

Uma força assim nascida
Brotará de todas os corações
Nova luz e esperança de vida
Para muitos e muitos milhões

Será esta a força imensa
Que nos fará rever o caminho
Até aqui de destruição

Será como sorriso de criança
Já podem dizê-lo baixinho
Podem reprogramar o coração.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ajustar


O Passos quer ajustar
O programa financeiro
Mas nem está a falar
Em pedir mais dinheiro

Só têm que flexibilizar
A respectiva execução
Que a malta pode pagar
Logo explica a condição

Massa chega pr’ó estado
Não dá é pr’á economia
É pena não vamos crescer

Não será do nosso agrado
Mas não se faz tudo num dia
E o monstro não pode morrer.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

The end


Grécia com um fim trágico
Diz a Moody’s com razão
Em Holywood seria mágico
Mas em Atenas é que não

Tragédia sabe-se de antemão
Tem o seu herói a condizer
Expressa-se com erudição
Seu fim não é preciso prever

Às mãos dos bárbaros cairá
Após uma luta sanguinária
Tal desfecho já se antevia

Algo de novo daqui nascerá
Após esta ditadura monetária
Será talvez uma democracia.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobrevivente


A Europa em emergência
Papandreou não manda aqui
Há planos de contingência
Feitos por Merkel e Sarkozy

Mas levaram um nó cego
Dos pais da democracia
Deram voz ao povo grego
Disse que ajuda não queria

Os mercados em alvoroço
Deram a sentença de morte
A esta Europa decadente

Eram sete cães a um osso
Imperou a lei do mais forte
Só houve um sobrevivente.