terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Virose


O ano acaba este ano
E o mês no fim do mês
Mundo acaba outra vez
Até já existe um plano

Faz-se mais uma cimeira
Decreta-se a calamidade
Por manifesta incapacidade
Doença afecta a terra inteira

Impõe-se depois o remédio
Para essa doença debelar
Incapacidade volta a atacar

Vírus já não sente o assédio
Prepara-se para nos minar
Quantos poderão escapar?

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sultanato


Venham mais cinco
Resgates que eu pago já
Trabalharei com afinco
Não se preocupe o marajá

Não se preocupe o sultão
Nem as suas concubinas
Pagarei até ao ínfimo tostão
Para ele possuir as meninas

Para o palácio conservar
Alimentar os puro-sangue
Terão a nossa compreensão

Pequeno esforço dum milhão
Não é coisa muito grande
Para o sultanato preservar.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Carnaval social


Existe um fórum social
Quem diria, não se nota
Um ministro de Portugal
O do Audi era o da mota

Em Porto Alegre há clamores
Dizem a justiça anda mal
Já ribombam os tambores
Prepara-se o Carnaval

Para o tempo dos calores
Será a condizer a rainha
Socialmente nada a opor

Mas já surgiram rumores
Que mostrará a bundinha
Já não há qualquer pudor.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Da(va-)vos


Com um objectivo impossível
Em Davos, na luxuosa estância
Começa a maratona incrível
Ricos e poderosos são substância

E os seus vassalos, os do poder
Na ânsia de trocos e por ganância
Vão dizer o que é preciso dizer
Personagens de falsa relevância

Que se leiloam entre os pares
Em números de puro malabarismo
O que responderei se perguntares

É possível mudar o capitalismo?
Sim sem dúvida, se considerares
A pergunta como um eufemismo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Portugal sem dúvida


Destino triste o desta nação
Discutido em assembleias
Onde se grita sem convicção
País de esquemas e sinistras teias

Sem senso, caminho ou brilho
Esqueceste a quem te  honrou
Tempos houve em que muito filho
Por ti partiu à conquista e lutou

Depois de tantos séculos de glória
E de um povo que por ti sofreu
Não sobraram os que te amam

Resta a teia de interesses atentatória
De qualquer que seja o interesse teu
Sobraram os que à tua custa mamam.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Navio Europa


O navio já deu à margem
A Europa ainda se aguenta
Estamos no ponto de viragem
Quando na Europa a água entra

Estando o barco a afundar
O comandante salta borda fora
Mesmo a tempo de se safar
No navio Europa já se implora

Todos imploram o perdão
Pelos pecados acumulados
Rombo no casco foi enorme

É um pesadelo ninguém dorme
Há bocados por todos os lados
No bote alguns se salvarão.

sábado, 21 de janeiro de 2012

A partida


O nosso presidente coitado
Não ganha pr’a meias solas
Apesar de bem reformado
Está a pensar viver de esmolas

Senhor presidente da nação
Temos pena com certeza
Não espere nossa contribuição
Também vivemos na pobreza

Vislumbramos uma solução
A de quem nos está a governar
Para outro lado vá presidir

Que esta pobre população
Por cá se haverá de arranjar
Não temos pena, pode partir.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Respirar


Não há crises na lua
Quem me dera lá viver
Não há oxigénio na rua
Vives lá só pr’a morrer

Crises são da humanidade
E do seu modo de pensar
Curta de vistas a realidade
Vou para a lua morar

Crio a fábrica d’oxigénio
Vou um governo instalar
Quem pr’a lá fôr a seguir

Vai encontrar este génio
E se pretender respirar
Vai ter que contribuir.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bad guys


Bad girls go everywhere
Mas é preciso ser-se má
Bad boys meet you there
Isso é o que mais cá há

É raça humana, conheces?
Única espécie da criação
Que ante todas as preces
Não hesita, mata um irmão

Diz-se dotada de compreensão
Nunca vi tanta incongruência
Diz-se trás de origem coração

Será acessório pr’á violência
Pratica amiúde a humilhação
Por certo reflexo de inteligência.

http://girls-go.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

País pacato


O problema da corrupção
Afirmou o Prof. Marcelo
Vem do tempo da fundação
Deste rectângulo tão belo

Sob a forma de condado
E dando caça aos mouros
Este país seria formado
Roubando-lhes os tesouros

Mais tarde haveria um pacto
O pacto de não agressão
Preservou o país da guerra

Ficando pr’a sempre pacato
Toleramos todo o ladrão
E o sistema que nos emperra.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Fantoche


Portugal mostra ao mundo
O mundo não liga ao tuga
Mostra ao mercado profundo
Mas mercado é sanguessuga

Em declaração triunfal
“Esta é via do crescimento”
Após maratona negocial
Terá perdido o discernimento

O mercado é que comanda
Faz com que o país amoche
Sempre foi e assim será

E quem pensa que manda
Na sua mão é fantoche
O melhor que temos cá.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Lixar


Quem lixo não era
Acabou de ser lixado
Isto está mesmo bera
O rating foi alterado

A Europa vai acabar
Mesmo não acabando
Vão a todos comprar
Vamo-nos achinesando

Férias acabam a seguir
E os feriados também
Salário é contrapartida

Se produzes sempr’abrir
Hoje trinta amanhã cem
Não fales em direito à vida.

domingo, 15 de janeiro de 2012

EDP Eletlecidade de Poltugal


A paltil de Janeilo
Passa a sel a tua vez
De pagal em dinheilo
Na loja do chinês

Posto de coblança
Da eletlecidade gasta
China entla na dança
Que a gente não se basta

Obligado amigo chino
Podes tel olhos em bico
Podes sel pequenino

Mas aos teus milhões
Eu não sou alélgico
Manda mais uns camiões.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Os bardos


Dizer-lhes que têm classe
É coisa que eu não faria
Nem que a burra zurrasse
Daí abaixo eu não caia

Que fiquem engarrafados
É sorte mais que a pedida
Que nós pr’aqui ignorados
Somos seu seguro de vida

Mas pr’a eles somos fardo
Não mostram a sagacidade
Desta apólice preservar

Somos tal qual aquele bardo
Expressava sua musicalidade
Pr’a nas trombas sempre levar.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Génios d'Assembleia


Vendo que nada acontece
Eu proponho uma solução
Se luz dos génios enfraquece
Que se faça a transformação

São novamente colocados
Nas lâmpadas do Aladino
N’areia do deserto enterrados
Não sendo este o seu destino

É uma segunda oportunidade
Pois aí terão a possibilidade
De meditar sem perturbação

Que a grande responsabilidade
De conduzir a nossa sociedade
Exige uma outra motivação.

Pastel


Exportar pastéis de nata
É o futuro desta nação
Pr’ó paladar uma serenata
No estrangeiro apreciarão

E nós o país dos pastéis
E dos brilhantes idiotas
Também temos moscatéis
Temos porcos e bolotas

Temos a melhor alfarroba
Doce de figo conventual
Já não falo do pão de rala

Vamos exportar um’arroba
Sr. ministro não leve a mal
Mas porque não se cala?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hiena


Não há almoços grátis
E saúde também não
Não julgues quem o diz
A senhora não fala em vão

Quis parar a democracia
Por seis mesitos apenas
Mas penso que ela queria
Voltar ao tempo das hienas

Com maxilares poderosos
Devoram as suas presas
Sem dó nem piedade sentir

Almoços grátis são numerosos
Nós pagamos as despesas
E as hienas terminam a rir.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O animal


O facebook na verdade
Não transforma ninguém
É o espelho da sociedade
Cada um sabe ao que vem

É uma realidade virtual
Mas não tapa os humanos
São os seus gestos tal qual
Que não haja desenganos

Virtual não gera o mal
Nem o bem vem do real
Ambos nascem no animal

Que se considera racional
E numa atitude visceral
Se transforma em irracional.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sociedade secreta


A minha sociedade secreta
Não anda nas bocas do povo
Usa a administração directa
O que não é nada de novo

Dinheiro público é gerido
Com colossal seriedade
E sem um grande alarido
Pois é secreta a sociedade

Está isenta de corrupção
Aqui ninguém causa dano
Nem existe culpabilização

O primeiro artigo dos estatutos
“Sabemos que roubar é humano,
só aceitamos membros astutos”.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tolerância e diversidade


Eu estou em bicos de pés
Tolerância venho ensinar
Acabo às vinte pr’ás dez
Façam favor de se calar

Eu sou muito tolerante
E respeito a diversidade
Já sabem daqui em diante
O que eu disser é a verdade

Querida chefe foi de férias
Não há quem mereça mais
Que viva a chefe querida

Dizer o contrário são lérias
Chefe pertence aos imortais
Uma estátua verá erguida.

domingo, 8 de janeiro de 2012

2012


2012 é ano de preparação
Então vamo-nos preparar
Dizem os chefes da nação
Os que a ajudam a afundar

2012 é o fim do mundo
Então vamo-nos findar
Que isto aqui está imundo
Vamos ter que nos mudar

Preparados vamos partir
Com uma certeza porém
Um dia iremos regressar

Regressaremos a sorrir
Não tratamos com desdém
Quem nos anda a maltratar.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Europa unida


O grego é um feiticeiro
Já não pede mais esmola
Não pagará o dinheiro
Tirou coelho da cartola

O tuga é um sapateiro
Deve voltar pr’á escola
Onde aprenderá primeiro
Como pagar a meia sola

É uma Europa unida
Em torno da fragmentação
Não mando eu nem tu

Alguns estão de partida
E depois da globalização
O rei passou a andar nu.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A luta ah...ah...ah...


A luta continua
Álvaro pr’á rua
Mas só no verão
Pr’apanhar insolação

A luta está no adro
Gaspar vai ao quadro
Mostrar o resultado
De um país empenhado

A luta não faz sentido
Que o país está falido
Por nunca termos sabido

Resolver a equação
Que punha fim à corrupção
E no cárcere o ladrão.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Liquidação total


Governo deste nosso Portugal
Galinha dos ovos d’ouro mata
Para princípio não está mal
Bicho já nem põe ovos de prata

Os últimos ovos foram de lata
Pr’á Suíça o dinheiro desanda
E a partir duma certa data
Pagar impostos é na Holanda

Para termos um final feliz
Vamos recorrer à emigração
Palop’s e Brasil são uma opção

Quem ficará neste pobre país?
Os governantes por dedicação
E os gestores de liquidação.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Respeitem o Zé


Economista proeminente
Vê uma situação explosiva
Está preocupado c’a gente
E com um país à deriva

Por acaso até é presidente
Aqui deste grupo de malta
Fez muito aviso premente
Explosividade está em alta

Tudo o resto está em baixa
E tanto mais o rabo aparece
Quanto mais a gente se agacha

Melhor será cagar em pé
Mais esta gente não merece
A ver se assim respeitam o Zé.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Trabalhar


Está radiante a senhora
Com sua camisa dourada
A mensagem promissora
Com atenção foi escutada

Mensagem de ano novo
Dificuldades prometeu
Vocês meu querido povo
Trabalhem e terão o céu

Olhem o trabalho liberta
Devem trabalhar a dobrar
Quando a austeridade aperta

Gastem o tempo a trabalhar
Acreditem é a receita certa
Pois não têm mais que gastar.

domingo, 1 de janeiro de 2012

País dos segredos


A taxa não é brutal
Brutal seria a falência
Mas já faliu Portugal
Faltou-nos eficiência

Sobrou o compadrio
E o fartar vilanagem
Não termina o desvario
Nem acaba a voragem

É chupar até ao tutano
Este povo adormecido
Pela casa dos segredos

Pelo programa dos gordos
É o cardápio fornecido
Até neste final de ano.