domingo, 6 de novembro de 2011

Sentados


Dom Sebastião era chinês
Regressado em boa hora
Sempre mama quem chora
É bem verdade como vês

Ele regressou para mamar
À nossa terra desgovernada
Pois ninguém oferece nada
E nós é que vamos chorar

Quem espera sempre alcança
Nós esperamos sentados
E é com esta perseverança

Pois já tentámos deitados
E era muita a desconfiança
Nessa posição acomodados.

1 comentário:

Maria João Brito de Sousa disse...

Mas como será possível
Que, ontem, não tenha encontrado
Sebastião, invisível,
Ou de amarelo pintado?

Ao pedir ajoelhados
É que pode ser pior
Mas refilando, indignados,
Ninguém nos leva a melhor

Umas vezes vem a esperança,
Noutras vem o desespero...
Ninguém nos conhece o fruto

E, por vezes, à lembrança,
Vem-nos o requinte, o esmero,
De um ditador absoluto...


Este sonetilho tinha-me escapado, Poeta.
Abraço grande e boa semana!