terça-feira, 18 de outubro de 2011

Burro


Houve um dia a perestroika
Noutro caiu o muro em Berlim
Agora enfiam-nos a troika
E acham que isto fica assim

Mas constroem tantos muros
Para a divisão não ter fim
E acham que somos burros
E eu também acho que sim

E de tanto o burro carregar
Sem cenoura pr’a o motivar
Já não anda mais o burro

Só lhe dá para escoicear
Não sei como irá terminar
Mas cheira um pouco a esturro.

1 comentário:

Maria João Brito de Sousa disse...

Como os burros, tantas vezes,
Com as palas ajustadas,
Serão alguns portugueses...
Até serem arrancadas

Essas palas que os cegavam
E as cangalhas sobre o lombo
Mas também esses pensavam
Não levar tão grande arrombo!

Se o burro parar de vez
Quero ver quem "dá no duro"
Pr`o capital se encher mais!

Português que é português
Não abre mão de um futuro
Conquistado por seus pais!


Abraço, Poeta!
Independentemente da retórica, este burrico que publicou a ilustrar o seu sonetilho, está uma delícia! :)