sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Adamastor


O Cabo da Boa Esperança
Conseguimos um dia alcançar
Cabo das Tormentas avança
Será pr’a nos atormentar

À espreita está o Adamastor
Pr’a toda a esperança afundar
Com seu aspecto assustador
Nenhum de nós vai poupar

Por fim surgem as sereias
Com a doçura do seu cantar
Ao abismo nos vão atrair

Última esperança é Eneias
E Afrodite para nos salvar
Se Aquiles não nos trair.

1 comentário:

Maria João Brito de Sousa disse...

Aquiles nunca trairá
- mas vai ser atraiçoado... -
O que esta vida nos dá
E por nós foi conquistado

Eneias já se cansou
E Afrodite adormeceu
Pois, de manhã, acordou
Mal o sol no céu nasceu...

Se o Adamastor vier
Nós haveremos de dar-lhe
Muito, muito que fazer!

Mas se, mesmo assim, quiser...
Podemos todos mostrar-lhe
Que sabemos combater...

Olá, Poeta! Não me sinto nada bem para continuar a responder-lhe mas ainda consegui este sonetilho. Também publiquei um soneto mas levei muito tempo a conseguir dizer exactamente o que queria... não é de interpretação imediata, é um daqueles que "pede" que o entendam... mas isso foi propositado. Acredito que "fazer pensar" é outra das grandes funções da poesia.
Este levou-me umas boas horas a construir e teve de ser muito bem "burilado" porque o meu lado espontaneísta fica sempre muito reduzido quando estou pior.
Um abraço muito, muito grande para todos vós!